Márcio Almeida - Email:qualyengenharia@outlook.com
DA PORTEIRA PARA DENTRO
DA PORTEIRA PARA DENTRO
Luiz Marins
Um criador de gado de corte recebe pela arroba do boi o valor estipulado pelo
mercado que é publicado diariamente nos jornais. Ele não tem nenhum poder sobre
esse valor. E é de acordo com esse valor que o frigorífico pagará a ele. Sem ter poder
sobre o preço, se o produtor rural quiser ganhar mais, ele terá que cuidar dos seus
custos e ser mais eficiente e eficaz da porteira para dentro de sua fazenda, pois da
porteira para fora ele não tem domínio algum.
Isso acontece, muitas vezes, com a indústria e mesmo com o comércio em
geral. A indústria consegue vender seus produtos pelo preço que o varejo estiver
disposto a pagar e o varejo terá que vender pelo preço do mercado, ou seja, pelo preço
que os consumidores estiverem dispostos a pagar. Não adianta querer aumentar muito
os preços, pois talvez não conseguirão vender. Assim, também é com a indústria e o
comércio que para terem melhores resultados devem cuidar “da porteira para dentro”
de suas fábricas e lojas, diminuindo custos e sendo mais eficientes e eficazes na gestão.
Penso que essa mesma verdade se aplica às relações entre as pessoas. Se eu
não tenho poder sobre a forma de pensar e sobre o comportamento das outras pessoas,
a única solução que me cabe é cuidar “da porteira para dentro”, ou seja, cuidar de mim
mesmo, da minha cabeça, da minha forma de encarar a realidade. Dessa forma, em vez
de ficar irritado com o comportamento alheio devo pensar “da porteira para dentro”:
por que me irrito tanto com esse comportamento? Como devo administrar a minha
irritação, já que não tenho o poder de mudar o comportamento alheio?
Assim é em relação aos colaboradores, alunos, etc. Em vez de somente desafiar
as pessoas a aprenderem alguma coisa nova, talvez eu deva “me desafiar” para que
elas aprendam ao mesmo tempo em que proponho desafios. O líder é, pois, aquele que
“se desafia” para que seus liderados atinjam resultados. Ele trabalha mais “da porteira
para dentro” do que “da porteira para fora”.
Muitos dos fracassos e irritações que temos é fruto da ilusão de que podemos
alterar a realidade, mudar as pessoas, o mercado, as coisas concretas do mundo que aí
está. Se em vez disso nos habituarmos a pensar “da porteira para dentro” mudando o
nosso comportamento, nossa ótica, nossa forma de pensar e agir, talvez consigamos
resultados mais rápidos e eficazes.
Pense nisso. Boa semana. Sucesso!
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