Estou deprimido, o que fazer para melhorar?


Há tantas pessoas no mundo que estão “deprimidas” e sentem-se estigmatizadas e diferentes, como se  andassem por aí com um grande cartaz ao pescoço dizendo: “Fique longe de mim, eu tenho depressão.” Algumas pessoas carregam um peso enorme por diagnósticos exagerados, por crenças irrealistas acerca do seu problema,. Os equívocos que giram em torno da depressão, dos estados deprimidos e do seu tratamento ou superação por vezes não permitem que a pessoa que se depara na sua vida com esta situação a encare de forma funcional e esperançosa. A pessoa tende a cair nas malhas da catalogação, assumindo rótulos do gênero:
  • “Eu sou deprimido.”
  • “Eu sou Bipolar.”
  • “Eu tenho depressão crônica.”
  • “Eu tenho de tomar medicação para o resto da vida.”
TRISTEZA, DEPRESSÃO E APEGO À CATALOGAÇÃO
O crescente aumento da depressão um pouco por todo o mundo é algo de paradoxal. Facilmente conseguimos perceber que as condições de vida têm vindo a melhorar, as pessoas possuem mais riqueza, mas parece não estar a promover a satisfação de vida geral de uma grande percentagem das pessoas. O dinheiro e o materialismo não trás necessariamente felicidade. E, na atualidade temos vindo a ficar rotulados como um mundo mais deprimido.
Mas, será que as pessoas em geral estão realmente sentindo-se mais deprimidas ou por vezes passam por um período prolongado de tristeza?
“O que posso fazer para me sentir melhor?”
Quando nós nos rotulamos como “Eu tenho depressão” ou “Eu sou deprimido” ou “Eu sou triste” a nossa mente não tem como fugir a essa declaração, tomando isso como um fato, não há como mudar. Isto pode ser chamado de catalogação. Neste sentido, a  catalogação pode ser considerada quando tomamos um verbo ou adjetivo e transforma-lo num substantivo estático. Um estado como a depressão torna-se num enorme e às vezes intransponível estado esmagador do ser.
O que soa mais duradouro?: “Eu tenho depressão.” ou “Estou a sentir-me deprimido.”
VOCÊ É UM SER SENSÍVEL
Quando você está sentindo alguma coisa é porque está vivo no seu interior, quando você não sente absolutamente nada sobre qualquer coisa, então isso é quando você sabe que algo está organicamente ou clinicamente errado. Os rótulos que são colocados em cima de nós, particularmente os rótulos negativos, depreciam-nos, retiram-nos capacidade quando começamos a identificar-nos com eles e a internalizá-los como algo concreto e imutável.
EVITE SABOTAR A SUA RECUPERAÇÃO
Quando as más sensações e os sentimentos negativos perduram no tempo. Quando a frequência, intensidade e duração dos mesmos atingem proporções extremas, por certo a pessoa fica incapacitada, afetando-lhe a sua funcionalidade de vida. A pessoa cansa-se de recorrentemente sentir-se mal. No entanto é necessário ganhar-se consciência que tudo isso pode estar a ser promovido pelo tipo de discurso e crenças que essa pessoa foi desenvolvendo ao longo do tempo. Em consulta psicológica, e em conversa com algumas pessoas que estavam a passar por momentos difíceis na sua vida, percebi que foram desenvolvendo um diálogo interno sabotador e prejudicial para a sua recuperação.
Apresento uma lista do discurso e crenças mais comuns que foram desenvolvendo:
  • Não dizer a ninguém como se estavam sentindo.
  • Confiar nos seus pensamentos irracionais.
  • isolamento.
  • Acreditar que se sentiriam mal para sempre.
  • Escolhas prejudiciais para a saúde (álcool, comida em excesso, pouco descanso ou descanso em excesso, ausência de exercício físico).
  • Recusar procurar ajuda.
  • Fingir que está tudo bem.
  • Afastamento dos seus amigos.
  • Entregar-se ao sentimento de culpa e sentimentos de constrangimento.
  • Pesquisa na Internet para obter informações ou alívio.
  • Aumento do egoísmo e parar de preocupar-se com os outros.
  • Parar radicalmente de tomar os medicamentos, se eles não estão ajudando.
  • Resistência a sugestões de amigos e familiares de suporte.
“Perguntas-me qual foi o meu progresso? Comecei a ser amigo de mim mesmo”. – Séneca
Abraço

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