Conceitos Básicos
Para Neely et al. (1995), 
medição de desempenho pode ser compreendida como a técnica usada para 
quantificar a eficiência e a eficácia das atividades de negócio. A eficiência 
vai tratar da relação entre utilização econômica dos recursos, levando em 
consideração um determinado nível de satisfação. Por sua vez, a eficácia avalia 
o resultado de um processo onde as expectativas dos diversos clientes são ou não 
atendidas.
O’Mara et al,(1998), 
acrescenta que um sistema de medição de desempenho não apenas fornece dados 
necessários para a gerencia controlar as várias atividades da empresa, mas 
também influenciam as decisões e o comportamento organizacional. Já Stainer 
& Nixon (1997), afirmam que um sistema de medição focado em metas, pode ser 
um instrumento valioso para propor mudanças na administração de 
processos.
Neste sentido, para Martins 
(1999), existe uma divisão temporal na formulação de sistemas de medição de 
desempenho. Antes da década de 90, onde os sistemas se baseavam apenas em 
indicadores financeiros e, após a década de 90, onde um grande número de 
sistemas passa a buscar também o uso das dimensões de desempenho.
Para Bititci et al, 
(1997), existe um número incontável de organizações que possuem extensos 
sistemas de medição de desempenho baseados em práticas financeiras e de custos. 
Desta maneira, por serem fundados em técnicas e métodos tradicionais, elas 
falham em apoiar os objetivos estratégicos das empresas e não promovem 
melhoramento contínuo. Indicadores de desempenho tradicionais são baseados em 
sistemas contábeis. Retorno sobre o investimento (ROI), retorno sobre o 
patrimônio, retorno sobre vendas, variação nos preços, vendas por funcionário, 
lucro por unidade produzida e produtividade são alguns exemplos de indicadores 
de desempenho tradicionais. No entanto, tais indicadores possuem muitas 
limitações. A mais significante delas, é que esses indicadores são em grande 
parte baseados em sistemas gerenciais que focam o controle e redução dos custos 
de mão-de-obra (Business Week, 1988).
De acordo com Noble (1997), os 
indicadores tradicionais são também limitados porque: a) os resultados 
financeiros são em algumas vezes muito velhos para serem úteis; b) tentam 
quantificar o desempenho e outros esforços de melhoria somente em termos 
financeiros; c) possuem um formato predeterminado que é utilizado pelos vários 
departamentos. Todo registro é inflexível e ignora o fato de que cada qual tem 
suas únicas e próprias características, prioridades e contribuição; d) tendem a 
ser inconsistentes com o conceito de melhoria contínua; e) não são aplicáveis as 
novas técnicas gerenciais que dão às operações de chão de fábrica mais 
responsabilidade e autonomia em qualidade, produção, manutenção preventiva e 
planejamento. 
Bititci et al. (1997), 
afirma que a grande maioria dos pesquisadores atualmente acredita na existência 
da necessidade de formulação de sistemas de medição de desempenho que contemplem 
não apenas os indicadores financeiros. White (1996) afirma que parte destas 
pesquisas surge a partir da clara necessidade de cada empresa utilizar medidas 
as quais são relevantes para sua própria situação. Por outro lado, alguns dados 
são comuns a todas as empresas. A padronização é uma forma de evitar a 
proliferação desnecessária de medidas e ter a certeza que importantes variáveis 
estão sendo corretamente medidas.
Desta forma, pode-se observar na 
literatura, propostas de sistemas de medição de desempenho. Algumas das mais 
relevantes segundo Martins (1999), são: Balanced Scorecard (BSC) (Kaplan 
& Norton, 1992); SMART – Performance Pyramid (Cross & Linch, 
1990); Sistema de Medição de Desempenho Integrado. (Bititci et al. 
1997).
Portanto, a partir da 
constatação de que somente indicadores tradicionais não são capazes de 
explicitar a realidade da empresa de forma geral, Neely et al (1995) propõe uma 
análise de medição de desempenho em três níveis: os indicadores de desempenho 
individuais, um sistema de medição de desempenho e como este sistema se 
relaciona com o ambiente (Neely et al, 1995). Dentro desta discussão, a 
análise dos indicadores passa pelas seguintes questões:
- Que indicadores serão utilizados?
 - Para que eles são utilizados?
 - Quanto irá custar?
 - Que benéficos eles trarão?
 
Desta maneira, para Neely et 
al (1995), os indicadores de desempenho individuais fazem parte de um 
conjunto maior que pode ser chamado de dimensões de desempenho, e que por sua 
vez, são divididos em qualidade, tempo e flexibilidade.
Assim, pode-se ver um sistema de 
indicadores de desempenho como um conjunto integrado de dimensões de desempenho, 
desdobradas em indicadores individuais, que visam prover informações sobre 
desempenho para determinados fins. Para Meyes (1994), Neely et al. 
(1996), Eccles & Pyburn (1992), e Bititci, (1995), um sistema de indicadores 
de desempenho deve conter dados para monitorar o passado e planejar o futuro. Os 
indicadores de desempenho tradicionais e os não financeiros, devem ser 
integrados dentro de um sistema único, onde se deve considerar informações dos 
vários sistemas para fornecer o nível necessário de dados em termos de 
acuracidade e confiabilidade. Os administradores, ao configurá-lo, devem 
resolver questões como o desenvolvimento de metodologias para a coleta das 
medidas, assim como a sua periodicidade e destino. Devem prover a solução para 
conflitos entre os vários indicadores, a inclusão do reflexo da cultura 
organizacional e o apropriado equilíbrio do sistema com o ambiente que o 
circunda, levando em consideração as medidas internas (da própria organização) e 
externas (consumidores e concorrentes). Ao longo do tempo, o desenho de qualquer 
sistema de indicadores de desempenho deve refletir as operações básicas do 
suporte organizacional, sempre lembrando da importante relação intrínseca entre 
indicadores de desempenho e estratégia. 
Um dos mais conhecidos sistemas 
de indicadores é o Balanced Scorecard, proposto por Kaplan & Norton 
(1992), o qual é baseado em quatro perspectivas (financeira, clientes, interna e 
aprendizado e crescimento organizacional) e no princípio de que um sistema de 
medição deve fornecer aos administradores, respostas as algumas 
perguntas.
Desta maneira, Bititci (1995), 
afirma que pesquisadores como Neely et al, (1995), Norton & Kaplan 
(1992), Eccles. & Pyburn. (1992), Meyes. (1994) e O’mara, et al. 
(1998), conduziram seus estudos na percepção da ligação entre indicadores de 
desempenho e planos estratégicos ou fatores de sucessos críticos dos negócios. 
Em suma, a necessidade de um conjunto de indicadores integrados que suportem a 
estratégia global da empresa está efetivamente estabelecida.
Portanto, o objetivo geral de um 
sistema de medição de desempenho, é conduzir a empresa à melhoria de suas 
atividades, pelo fornecimento de medidas alinhadas com o ambiente atual da 
companhia e os objetivos estratégicos, de forma a permitir o monitoramento do 
progresso no sentido de atingir esses objetivos. Essas medidas podem ser vistas 
como a essência da melhoria do desempenho.

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